Igreja

[Ryou Hayashi]

Relembrando a primeira mensagem :

A igreja é um local bem humilde se for olhar toda a cidade. Os que ainda a frequentam dizem que os demônios dos pecados estão correndo soltos e as pessoas estão esquecendo dos seus deveres divinos, mas certamente os empreendedores não se incomodam nenhum pouco quanto ao que esses velhos dizem.
Possui acesso ao Pine Grove, e anexado à igreja tem uma pequena capela para velar os mortos.

-> Cemitério Pine Grove
-> Principal

[Pope Paolo V]

A papisa fez um carinho na raposa, quando sentiu suas lágrimas serem lambidas. Um sorriso surgiu em sua face, enquanto abaixava a cabeça de forma tristonha.

Ó! Clemence, meu jovem. Estamos certos? Devemos mesmo ter essas guerras? Clemence, responda-me... devemos ir atrás de todos aqueles que fazem mal aos demais? Pois se assim o for, Azzuraluna conhecerá o gosto de sangue novamente.... - Disse deixando cair as lágrimas de novo. Sua alma ficava a vibrar em tristeza, a energia que emanava era do mais puro e profundo desespero, medo e melancolia.

[Padre Clemence]

A raposa fechou os olhos ao receber a caricia, se aconchegando mais junto a papisa, como se tentasse consolar sua tristeza.

- Minha senhora, tu fos-te piedosa perante meus crimes, por mais que eu fosse uma criança, ciente eu era do que fazia. Diga-me, senhora, errado é aquele que tenta salvar uma pessoa amada, sacrificando dezenas de vidas inocentes? Ou seria errado aquele que mata o seu vilão? - A voz do Padre soava profunda. - Pois digo-lhe que tal justiça não cabe a nós, minha Senhora! A nós cabe a missão de enviar os pecadores para nosso Senhor, pois Ele é o único que reconhece o peso dos pecados dos homens.

Tenko passou a cauda felpuda por trás do pescoço da papisa, usando a ponta para lhe acariciar a bochecha.

- Vossa alma é boa, minha Senhora. Azzuraluna certamente a escolheu pois enquanto em vosso poder, ela não será usada erroneamente. Então, lhe pergunto minha senhora: acreditas que esses pecadores hão de ver a justiça divina pela lâmina de Azzuraluna? Ou acreditas que eles, assim como eu, podem encontrar a redenção na Terra?

[Pope Paolo V]

A papisa ouvia as palavras do homem, limpando com as costas das mãos as lágrimas que escorriam. Se ergueu segurando e apoiando a raposa em seu pescoço. Uma armadura, como a das valkirias, surgiu sobre seu corpo e toda a aura do lugar aumentou ainda mais os sentimentos negativos, mas havia algo além: Determinação.

És sabido, Clemence, pois convido a ti e teus executores à acompanhar-me... Daremos o perdão que os pecadores merecem e se eles assim não o desejarem, suas vidas hei de ir para o criador pessoalmente... amém - Abaixou a cabeça juntando as mãos e começou a andar para a saída da igreja.

Achem Houko Choi e Brandon Lucius, o asiático que o acompanha, e tragam-nos até mim.

A determinação com o tempo tornara-se mais forte que a depressão que sentia, estava na hora de aplicar a penitência porém apenas se eles recusassem-se a ter o perdão dela.

[Pope Paolo V]

MDT: Rua principal.

[Beatrice B. Lucius]

Quando finalmente chegaram na igreja, Beatrice desceu da moto, aliviada por Lupus não ter corrido como se não houvesse amanha, como sempre fazia. Ela simplesmente entrou no carro e o ligou, indo em direção a casa de Iruma, certificando-se que o homem lhe seguia.

MDT: Casa da Iruma

[Padre Clemence]

Depois de receber as mensagens, Clemence foi para o pátio da Igreja, onde se sentou e ficou observando a imagem de Jesus Cristo com um olhar distante e silencioso. A pequena raposa estava no seu ombro como sempre, cochilando.

[Hector C. Lucius]

*Shibaki acabou chegando ao local após caminhar um pouco, mas diferente do que talvez fosse esperado ele se encontrava sobre o local e não dentro dele, estava ali sentado no teto olhando para o horizonte sem parecer se preocupar muito, seu olhar vermelho era vazio e ele se mantinha ali sentado com uma perna esticada e a outra dobrada tendo um dos antebraços sobre seu joelho erguido*

-Eu devia estar aqui desde o principio não é mesmo? Bem, parece que Minaka ainda não chegou junto a Leneth. -Comentou consigo mesmo e se mantinha ali esperando, chegou até mesmo a fechar os olhos.


-Talvez Eto esteja satisfeita agora já que eu não sinto mais nada, logo, ela deve ter consumido tudo o que me pertencia, maldita besta. -Estava sem mascara ao qual permanecia escondida dentro de suas roupas pretas e se mantinha ali, apenas no aguardo, chegou a cogitar ir atrás da outra idol, mas pensando melhor, valia mais a pena ficar ali como fora inicialmente ordenado para fazer.

[Hector C. Lucius]

*Shibaki ficava recebendo algumas mensagens e acabou pegando seu celular, mas ao ver o nome de quem enfiava ele apenas ignorava e mantinha seu olhar em diante esperando a chegada da irmã e da aliada naquele lugar. Ao ouvir o celular tocando acabou suspirando, olhou para o mesmo e percebendo quem era não viu muito jeito e acabou atendendo*

-O que foi? -Percebendo que não era bem quem ele esperava acabou fechando os olhos buscando mudar um pouco a postura nos ditos.


-Mil perdões, eu achei que fosse ela. -Levou a mão aos olhos e tocou o "meio" deles pressionando um pouco com os dedos.


-Sim, me desculpe por isso, eu só... Eu sei, eu não sei... De qualquer forma, estou na igreja esperando pela Rabbit e pela Fox. -Suspirou e levou a mão a testa deixando parte dos cabelos fora daquele lugar.

-Não... Sim, eu o farei como desejar, e vai fazer mesmo? Parece que realmente não tem jeito não é mesmo? Sim, eu vou buscar ser, até depois. -Disse e agora fez como pedido, mandou mensagens para os irmãos e acabou pedindo auxilio para Dante já prevendo que poderia acontecer algo ruim, a seguir ele saiu do teto saltando dali de cima e como um gato acabou caindo de pé frente e de costas a porta da igreja. Olhou para a porta por cima dos ombros e seguiu até a mesa tocando nela e a empurrando buscando abrir, iria fazer o basico e não chegar apenas a arrombando, iria verificar se estava aberta.

[Padre Clemence]

As portas duplas se encontravam abertas.

[Hector C. Lucius]

*Shibaki entao entrou ja igreja e seguiu para dentro dela, diferente do costumeiro ele usava seu manto negro embora não estivesse acompanhado da mascara, aquilo acabava dando um visual diferente para o mesmo que normalmente vestia branco e possuia traços mais "vivos", diferente de agora que seus olhos vermelhos se encontram vazios e sua expressão se encontra oca. Com o olhar ele procurava por alguém ali dentro, se não encontrasse apenas se sentaria em uma das cadeiras que haviam ali e iria esperar, não parecia se importar com isso*

[Lucca Archibald]

Durante o caminho, durante sua fuga, diversos pensamentos cruzaram sua mente.

A maior parte, no começo, foram suas preocupações fisicas. Para onde iria? Precisava se esconder agora não somente do Redence, mas como do Houko. Seu vestido branco agora estava manchado com as folhagens que se enroscou e rasgado na saia dos galhos que a puxou, e mesmo com alguns pequenos cortes, a garota continuou. Veio a lacrimejar e durante alguns minutos simplesmente parou, chorando, mas... Depois de respirar fundo e se recompor, decidiu seu caminho.

O Guerreiro estava certo.
Se não era capaz de se manter por si mesma, não iria conseguir salvar ninguém. Shibaki estava certo, precisava demonstrar confiança.
Mas, o que certamente mais odiava, era que Houko estava certo.

Demorou um pouco para aceitar essa realidade, e mais ainda para entender profundamente as palavras dele. Sabia que não iria conseguir fugir do seu destino, não pretendia fazer isso...

Todavia, não iria mais se entregar facilmente.

Os olhar da garota haviam se transmutado para um brilho determinado, e agora, buscando segurança, seguiu seus sonhos em direção do melhor local seguro que podia pensar. Com o cabelo bagunçado, pensou em abrir as portas duplas com ambas as mãos...

Mas, além de coragem, faltou força. Timidamente empurrou a porta pesada para a abrir e olhou para dentro, sentindo o coração afundar no fundo dos pés quando viu o contorno de quem estava ali. Ficou muda, seus medos retornaram a tona e mesmo seus sentimentos estavam querendo tomar o melhor de si. Todavia, deu-se um tapa para se recompor, respirando fundo e, com o olhar determinado e cheio de lágrimas, marchou igreja adentro, escaneando o local pelo padre.

[Hector C. Lucius]

*Shibaki permanecia ali sentado "a espera de um milagre", olhando adiante para aquele altar aguardando o momento em que o padre fosse chegar, não que ele fosse simplesmente adivinhar que alguém havia chego ali em plena madrugada, mas suponha que ele poderia fazer isso, afinal, seu pai fazia algo relacionado em outras epocas mais distantes*

-... -Ficava ali imersos em lembranças que não eram suas quando se lembrava sobre assuntos envolvendo a igreja, todavia, a atenção acabou sendo tomada ao ouvir o som das portas, teria ele chego? Não.

-... -O olhar seguiu sobre o ombro e percebendo quem era apenas voltou o olhar para frente sem dizer nenhuma palavra, não havia o que ser dito embora a presença incomodasse pela falta de "coencidencia" naquilo, teria sido seu pai? Claro, talvez, se tivesse permanecido no telhado daquele lugar poderia ter visto a aproximação e simplesmente ido embora, mas agora tinha que esperar os demais.

[Lucca Archibald]

Notou a encarada breve, aquilo lhe apertou ainda mais. Olhou pra baixo, tentando se conter, respirou fundo algumas vezes antes de conseguir levantar um pé atrás do outro.

Acabou parando um pouco atrás do banco onde Shibaki se encontrava, veio a respirar fundo de volta, fungou, ergueu a mão para limpar o rosto e engoliu em seco. Pensou em erguer o rosto, mas acabou olhando Shibaki... E, mesmo sem querer, sorriu sutilmente.

-... Choi. - Lembrou-se da correção que ele havia feito anteriormente. -... Pode me odiar. Mas, não jogue a sua vida fora. Pai, filho... Independente disso somos todos seres humanos independentes, ou homunculos, mas... Sinceramente, eu... Acho que é melhor viver da forma que desejamos do que uma eternidade servindo... Obrigada por tudo.

No fim, conseguiu dizer aquelas palavras mesmo que estivessem tomadas de um tom choroso, fechou os olhos brevemente e suspirou.

-... Meu amor pode não ser como desejava, mas, certamente eu o amo. Por isso, por favor, não jogue o pouco da sua vida fora.

Ergueu a mão mas ela parou no meio do caminho. Não. Não iria fazer aquilo. Respirou fundo de volta e tentou se recompor antes de seguir andando em direção das escadarias que seguiam por uma das portas internas. Seguindo o caminho que viu em seus sonhos.

[Hector C. Lucius]

*Shibaki permanecia olhando para frente e ao ser chamado apenas de "Choi" acabou sentido-se como seu pai, afinal, era ele que era chamado dessa forma boa parte das vezes, Choi, senhor Choi, Choi-san, enfim*

-Eu não tenho alma Lucca e fui criado pelas mãos de um homem, ser independente é ser dotado de livre arbitrio que é dado por Deus aos homens que possuem alma para terem esse direito, nesse corpo habita apenas emoções e vontades que espelham a de outrem, eu sou apenas algo que sobrou do meu pai e que assim como ele foi um dia agora está desaparecendo e apenas isso, não se iluda achando que só por que eu pareço gente que eu acabo sendo como um de vocês, a unica diferença entre mim e um boneco comprado no shopping é que eu não preciso que apertem um botão para que eu fale algo e eu tenho uma breve noção sobre as coisas embora essa noção se resuma aquela que meu criador acha que eu devo possuir, nada além. -Fechou os olhos rubros e uniu as mãos enlaçando os dedos sobre o próprio colo.

-Minha vida jamais foi minha e assim será até que meu prazo de validade vença, mas eu tenho sorte, diferente de vocês humanos, quando eu morrer meu sofrimento vai acabar no vazio, já vocês ainda terão que seguir além da porta, seja para cima, seja para baixo. 

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