Igreja Anglicana Saint Isabella Gillmore

[Ryou Hayashi]

Fundada em 1950, a Igreja Saint Isabella certamente é muito diferente em termos de arquitetura, apesar de conservar um ar modesto em comparação com suas primas góticas.
 
Pegando o fim da arquitetura Moderna Conservadora, o grande salão é simples apesar de vasto, com 10 metros da entrada até o altar e 8 metros de largura, com parede brancas sendo que possui frestas de janelas pouco antes do teto, sendo que as aberturas são mínimas (0,50cm) apesar de seguirem por toda a extensão das paredes, causando uma sensação que o teto (que é sustentado por uma sucessão de arco) está flutuando sob as cabeças das pessoas ali dentro.
 
No chão, contornando os bancos, tem entradas de escoadouros de bronze com entalhes, que seguem por toda a extensão e tendo o formato final de um retângulo.
 
A parede atrás do altar tem uma parte um pouco mais a frente, onde teria uma porta que daria para os aposentos do clericato.

[Eleanor Ignerosther]

Ajoelhada no genuflexório, Ellen - com as mãos cruzadas sobre o peito - fazia uma série de orações, deslizando o polegar sobre a série de contas do terço entrelaçado em seus dedos, periodicamente. Quando lhe diziam que "A Casa do Senhor é como o próprio lar", Eleanor não podia evitar não levar a frase ao pé da letra, uma vez que, durante a infância inteira, igrejas e conventos foram literalmente sua própria casa. Não tinha outro lar, não tinha pais; a figura mais próxima de um pai que Eleanor possuía era o padre que a criara desde jovem. Talvez Deus fosse realmente seu único pai, já que a garota não fazia a mínima ideia de onde viera.
 Não era como se ela fosse a única órfã largada em algum convento ou centro religioso. Era bastante comum, na verdade. Esses locais benevolentes eram onde várias vidas sonhavam em um dia conhecer seus pais biológicos, rezando para que, um dia, Deus viesse a entrelaçar os caminhos novamente. Eleanor não esperava isso. Se seus pais realmente quisessem um filho, não a teriam abandonado. Não tinha motivos para procurá-los.
Se ficasse pressa demais ao passado, perderia o tempo que tinha para seguir em frente.

[Heinrich Beaumont]

Talvez fosse um pouco estranho de ver esse rapaz por ali, apesar que, para ele, era também igualmente pacificador - apesar de estranho. Não era particularmente um fã de igrejas, mas seu chefe adorava esses lugares. Enquanto Derog permanecia numa espécie de transe com os olhos fechados, Heinrich tinha liberdade para andar livremente - com a condição que não saisse da Igreja.

O rapaz de cabelos negros e bagunçados estava caminhando por ali com as mãos nos bolsos - sua vestimenta estava longe de ser chamada de formal -, o sobretudo azul balançava sutilmente enquanto tinha o capuz vermelho recaido ali. As calças eram bem folgadas, quase desleixadas, mas, apesar de todo esse visual, Heinrich estava longe de parecer "necessitado". Era como se todo aquele jeito fosse de proposito mesmo.

Acabou por bufar depois de algum tempo até notar uma figura ali. Estreitou os olhos e acabou se aproximando de Eleanor, sentando-se atrás da mesma, ficando de braços cruzados enquanto a observava, decidindo esperar a mesma terminar de rezar.

[Eleanor Ignerosther]

Eleanor estivera lá já fazia um bom tempo, praticamente quase finalizando tudo que tinha que fazer ali. Estava nas últimas três contas quando notara alguém se aproximar. Apenas para não perder todas as rezas anteriores, finalizara de forma mais acelerada, não ao ponto de ser apressada, e sim de não ficar enrolando. 
 Guardara o Santo Rosário na bolsa, levantando-se do genuflexório e indo até os bancos, sentando-se ao lado da figura.
 Abrira um sorriso gentil e educado.
 - Bom dia! - Cumprimentara-o de maneira animada, apesar do tom de voz baixo e bem composto. - O tempo está bom, não acha?

[Heinrich Beaumont]

Quando Heinrich estava já se preparando para interceptar a figura que viu, a mesma acabou se sentando ao seu lado, o fazendo arregalar os olhos em surpresa e acabou erguendo a mão direita, passando-a na nuca.

- Sim.. ahn, desculpe, bom dia. - Acenou com a cabeça rapidamente, vindo até a rir sem jeito. - Sim, o tempo está bom... Uhm, escute, você... Eu sei que pode soar estranho, mas acho que já ti vi em algum lugar antes.. Se me permite, qual é seu nome?

[Eleanor Ignerosther]

- Hm? Creio que possa ser um equívoco, mas me chamam de Ellen!~ - Rira, estendendo a mão até ele como cumprimento, apesar de estar se divertindo um pouco ao vê-lo um tanto quanto envergonhado. Não era sádica, nem nada do tipo, na verdade, era completamente o contrário: Ellen era dócil demais para ter esse comportamento. Apenas achava adorável um homem de embaraçar todo. - Ou talvez não, eu fui criada em um convento, então não é realmente surpresa que já tenhamos nos encontrado em alguma igreja, ou algo do tipo~ E você é?~

[Heinrich Beaumont]

Conforme ouvia-a falar, um sorriso foi se abrindo nos lábios do homem que estendeu a mão de volta e apertou a que lhe era oferecida.

- Me chamo Heinrich, senhorita Ellen. Desculpe, acho que me equivoquei mesmo.

Ele riu baixo e sem jeito, recuando a mão depois do cumprimento e respirou fundo, olhando ao redor.

- Esse lugar é bem bonito... Eu acho que te confundi com uma outra pessoa, mas, bem... Não vou dizer que me arrependo de ter confundindo.

Com a expressão ficando suavemente avermelhada, ele riu baixo e de volta enquanto respirava fundo. Os olhos escuros do mesmo ganharam uma nova vida.

- Então Ellen, o que faz por aqui? Ah! Eu estou acompanhando meu chefe numa viagem de negócios.

[Eleanor Ignerosther]

- Sem problemas! - Cruzara os dedos novamente, sentando-se em uma posição mais agradável, encostando as costas no banco e esticando os pés, para alongar. Estivera ajoelhada para um bom tempo, então não estava realmente surpresa por sentir as pernas penicarem, inquietas. Antes isto do que estarem adormecidas.
 Inclinara a cabeça levemente, encarando o jovem lateralmente, com a cabeça levemente deitada no encosto do banco, abrindo novamente um sorriso caloroso.
 - Bem, eu gosto de rezar, acho confortável; talvez costume? - Elevara uma das mãos até o queixo, pensativa. Não era como se fosse uma fiel devota e extremamente religiosa, na verdade, até mesmo era um tanto cética. Apenas lhe ensinaram a falar seus problemas para Deus, então imaginava se essa era a sensação de desabafar para um psicólogo. Talvez era mais questão de colocar os males para fora, do que realmente crer ou confiar.
 - Então não és daqui, Heinrich? - Indagara. Se ele estava acompanhando alguém em uma viagem de negócios, então provavelmente não ficaria tanto tempo assim na cidade, o que era uma pena.

[Heinrich Beaumont]

- Ah... Tecnicamente sou sim. Nasci na Inglaterra, tenho até casa aqui, mas...

É, fazia tempo que não passava um tempo na sua terra natal. Heinrich passou a mão na nuca, soltando um suspiro longo enquanto acabava por olhar para o nada, mais especificamente para baixo enquanto ficou refletindo.

- Três anos agora que estou acompanhando meu chefe nas viagens dele. To pensando em abrir um negócio próprio, sabe? - Heinrich ajeitou a postura e sorriu para ela. - Achei que podia ter te reconhecido da minha juventude aqui, por isso estranhei.

Se sentia um pouco sem jeito daquela forma. Chegou a olhar por cima do ombro para Derog que permanecia da mesma forma, olhos fechados e daquele jeito de meditação. Sorriu de canto, indicando com a cabeça.

- Aquele ali é ele. Não parece um velho dormindo? - Heinrich ficou com a cabeça para trás, ficando com a boca aberta e os olhos fechados. - Aaaah...

Logo em seguida ajeitou a postura, dando um riso bobo.

[Eleanor Ignerosther]

- Hm, então você é daqui? - Novamente levara a mão ao queixo, observando o rosto do homem um tanto pensativa, de maneira fixa, principalmente após ele ter falado na probabilidade de já a ter visto quando jovem. Não importava o quão fundo nas memórias Eleanor buscasse, nada lhe vinha à mente, Balançara a cabeça negativamente, não se lembrando de ninguém como ele. Talvez ele tenha mudado? É provável, o tempo altera muitas coisas.
 Virara para trás, apoiando o cotovelo no encosto do banco para girar o corpo, encarando o homem da maneira mais discreta possível, se virando segundos depois, utilizando as mãos para disfarçar o riso baixo, espremendo levemente os olhos, apesar de não chegar a fechá-los. Tinha essa mania ao rir.

[Heinrich Beaumont]

- Sim, eu sou.

Heinrich havia esquecido daquela sensação. A de falar com uma pessoa normal e agir de maneira normal. Um sorriso de satisfação se abriu nos seus lábios conforme se deliciava naquele sentimento, até olhar brevemente para Ellen, agora sua atenção se voltando toda - e completamente - para ela.

- Então... Se eu não estiver sendo um cara muito estranho sabe, vindo aqui, no meio da sua reza... Posso... Te conhecer melhor?

As palavras eram verdadeiras e sem nenhum tipo de malicia escondida, era inocente até.

- É raro eu ter a chance de conversar dessa forma com alguém. Me diga, está estudando?

[Eleanor Ignerosther]

- Claro! Por quê não?! - Respondera em um tom animado, talvez até mesmo um pouco alto, abrindo um largo sorriso.
 - Sim, estou, estudo em Saint Nicholas~ - Respondera, logo em seguida procurando algo em seu bolso. Retirara o celular. - Tem celular? Podemos trocar contato, seria mais fácil conversar assim~

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